RIO - A prefeitura de Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, estima que vão ser necessários R$ 28 milhões para o trabalho de limpeza e R$ 500 milhões para a reconstrução das áreas atingidas na cidade após os deslizamentos de terra causados pelos temporais na região, cujo número de mortes já chega a 520. Voltou a chover nos municípios atingidos nesta manhã, mas os trabalhos de busca a desaparecidos e retirada dos corpos da lama e dos escombros não foi interrompido.

Além de 228 óbitos, Teresópolis contabiliza 25 desaparecidos, mas o número pode ser bem maior, já que comunicação está muito falha e há bairros isolados, conforme informou o secretário de Defesa Civil do município, Flávio de Castro. Os enterros entraram pela madrugada de desta sexta-feira, 14, na cidade.

Além dos mortos de Teresópolis, há ainda mais 226 falecimentos registrados em Nova Friburgo; 39 em Petrópolis; 19 em Sumidouro e outros 4 no município de São José do Vale do Rio Preto. Este último não havia registrado mortes até ontem.

Ao todo, os desabamentos e as chuvas já deixam mais de 13 mil pessoas fora de casa. Em Petrópolis a situação é pior: 3.600 estão desalojados e outros 2.800, desabrigados. Há 3.220 desalojados e 1.970 desabrigados em Nova Friburgo; e outros 960 desalojados e 1.280 desabrigados em Teresópolis, segundo a Defesa Civil.

Em Areal, pelo menos 800 moradores estão desabrigados ou desalojados. Segundo a prefeitura, além da cheia do Rio Piabanha, que corta a cidade, o município também foi atingido por parte das águas que alagaram o distrito de Itaipava e a cidade de Petrópolis.

Os moradores que sofreram com as inundações estão abrigados em colégios da cidade, que registrou a queda de pelo menos 50 casas. Outras 50 devem ser interditadas pela Defesa Civil, segundo a prefeitura. Apesar dos estragos, principalmente registrados nos bairros de Amazonas, Alberto Torres e Afonsina, não houve registro de mortes.

Ajuda. A Força Nacional de Segurança está na serra. Duzentos e vinte e cinco homens, entre eles 80 especialistas em salvamento, estarão nos municípios atingidos por tempo indeterminado. Entre eles há também peritos que vão trabalhar na identificação de corpos.

O Ministério Público estadual (MP-RJ) vai ajudar os familiares das vítimas a reconhecer e liberar os corpos. Dois peritos-legistas do Grupo de Apoio Técnico Especializado (Gate) foram enviados para a região.

O órgão está fazendo um apelo aos parentes das vítimas das enchentes em Nova Friburgo para que compareçam ainda hoje à quadra de esportes do Instituto de Educação, na Praça Dermeval Barbosa Moreira.